Na Vila Itaim, bairro na Zona Leste de São Paulo, é a solidariedade que conta. Nesta quarta-feira (12), o colchão de borracha virou bote improvisado, e foi nele que um morador ajudou os vizinhos. As casas de várias ruas do bairro estão cheias de água desde segunda-feira (10). Para não perder os móveis, os moradores tiveram que ser rápidos e colocar tudo para cima.
Em uma das residências, a televisão foi colocada em cima de caixote. Na casa em frente, mais improviso para fugir da água: os moradores estão dormindo com os pés da cama apoiados em cadeiras. A moradora Jocelina Santos Silva, de 83 anos, está inconformada. “Abandonaram a gente aqui. Todo mundo está de baixo d’água.”
Uma base móvel da Defesa Civil foi montada para cadastrar os moradores que precisam de remédios, alimentos e roupas. A vila está em uma área de várzea do Rio Tietê. Ela fica no distrito do Jardim Helena, que reúne 13 bairros. Entre eles, está o Jardim Romano, que, neste ano, não alagou porque a Prefeitura fez obras contra enchentes, como a construção de um dique e um piscinão.
Mas os moradores da Vila Itaim reclamam que o bairro não foi favorecido e querem uma solução para o problema. “Lá está sequinho, né? Agora, a gente tem que ficar passando por dentro de água para ir trabalhar”, reclama a auxiliar de limpeza Cintia Silvestre.
De acordo com a subprefeito de São Miguel Paulista, Milton Persoli, o Jardim Romano foi atendido porque era “a área mais crítica da cidade”. “O momento aqui seria o segundo momento de decisão para adoção de uma obra de igual porte”, afirmou.
Persoli, no entanto, disse que ainda não foi definido o que poderia ser feito para resolver o problema dos cidadãos que estão vivendo na água suja.